Vivemos na Era da Conectividade, um fato inegável. As novas tecnologias da informação, como internet, smartphones, tablets e notebooks, transformaram o modo como interagimos.
Diferentemente da vida social, onde podemos escolher quando desconectar de aplicativos e dispositivos, na relação de trabalho, essa liberdade muitas vezes não existe.
Como passar horas conectado afeta a saúde psicológica?
Ficar conectado à internet por horas, diariamente, pode ter efeitos psicológicos graves e difíceis de reverter. O uso excessivo de recursos eletrônicos, especialmente em regime de home office, aumentou o número de pacientes com sintomas de ansiedade e estresse.
Especialistas em psicologia alertam que a constante exposição a estímulos digitais pode sobrecarregar o cérebro, resultando em dificuldades para processar e reter informações, aumentando os níveis de ansiedade e irritabilidade, especialmente diante de problemas de conexão, e dificultando a conclusão de tarefas em prazos curtos.
Desafio da desconexão em trabalho remoto
Um dos maiores desafios do trabalho remoto é a dificuldade de separar a vida pessoal da profissional, resultando em uma rotina de disponibilidade constante.
Um estudo da Microsoft (2021) revelou que a alta produtividade frequentemente se baseia em uma força de trabalho exausta, com 54% dos respondentes relatando sobrecarga de trabalho e 39% exaustão. Muitos trabalhadores não reconhecem o momento de parar, chegando a desenvolver doenças como Burnout e sensação de FOMO (ansiedade e medo de ficar desatualizado). Por outro lado, as empresas, beneficiando-se dessa entrega, muitas vezes não monitoram essa rotina.
O trabalho remoto é “ruim”?
Não, o modelo de trabalho remoto não é ruim. Tanto o home office quanto o modelo híbrido são soluções que oferecem flexibilidade e melhoram a qualidade de vida dos trabalhadores que acordam cedo e dependem do trasporte público para trabalhar.
O problema reside no desrespeito ao direito de desconexão dos trabalhadores após o expediente e dificuldade para estabelecer limites entre o intervalo laboral e o tempo pessoal, tema central deste artigo.
Por que o trabalhador deve se desconectar?
Desconectar-se oferece uma oportunidade para descanso completo. Permite que o corpo relaxe e alivie a fadiga dos olhos após longas horas de exposição às telas. Descansar é benéfico para a saúde mental, pois alivia o estresse, permite processar informações de forma mais eficaz, raciocinar e tomar decisões mais criativas, além de evitar a exaustão mental, que pode levar a problemas como ansiedade, depressão e Síndrome de Burnout.
Empresa que dificultam a desconexão dos trabalhadores cometem um grave delito!
Atualmente, não há uma legislação específica sobre o direito à desconexão dos trabalhadores brasileiros. No entanto, é um direito fundamental desfrutar de um ambiente de trabalho saudável. Impor jornadas longas e exaustivas, que impedem a desconexão, configura assédio moral.
As empresas têm o dever de promover políticas que incentivem a desconexão, estabelecendo limites claros entre as atividades laborais e o tempo pessoal. Criar espaços seguros e políticas de flexibilidade, bem como respeito ao período de férias e outros direitos trabalhistas, são passos essenciais para a saúde dos colaboradores.
Zelar pela saúde mental do trabalhador em regime de trabalho remoto é tão importante quanto cuidar da integridade física durante a atividade presencial. Não cabe ao empregador impedir o direito de descanso do trabalhador. Pelo contrário, é seu dever estabelecer protocolos rígidos e controle de jornada para promover um ambiente de trabalho saudável, independentemente do local de trabalho, assegurando o descanso, direito de sociabilizar e se entreter.
Percebendo uma atitude abusiva dos seus superiores que afete seus direitos e qualidade de vida, busque apoio e orientação de um advogado trabalhista. A advocacia Guedes e Guedes se coloca à disposição para auxiliar você.
Convidamos você a compartilhar este artigo com quem precisa para ampliar essa discussão. Juntos, podemos promover ambientes de trabalho mais saudáveis e cultivar uma cultura que valorize a desconexão como um meio crucial para a preservação da saúde mental dos trabalhadores.
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!
